segunda-feira, 7 de maio de 2012

OAB VAI A ESCOLA - 2012

OAB BLUMENAU - COMISSÃO "OAB Vai a Escola - 2012" Entrevista:
1) Como e quando se deu o interesse em viabilizar o projeto da OAB Vai à Escola? Dr. Eduardo Creuz: O projeto começou em 2001, inspirado no modelo adotado pela OAB/SP. Naquele ano, eram apenas quatro advogados e não tínhamos cartilha ainda. 2) A quem o projeto se destina e quantos jovens já foram beneficiados? Dr. Eduardo Creuz: Nesses 11 anos, cerca de 20 mil alunos foram beneficiados. Para este ano, já temos 18 escolas confirmadas para receber o projeto. 3) Qual a maior dificuldade encontrada nesses onze anos? Dra. Tatiana Baumgarten: As principais dificuldades encontradas pela OAB na realização do projeto são os problemas climáticos, como enchentes, e as greves nas escolas. 4) Quais principais acertos/conquistas do projeto? Outras cidades já se inspiraram no projeto? Dra. Tatiana Baumgarten: Acredito que a principal conquista é a desmistificação da OAB, da profissão como um todo, além de aproximar a entidade da comunidade, promovendo a cidadania. Dr. Eduardo Creuz: São várias Subseções que já se inspiraram no projeto realizado pela OAB Blumenau: Gaspar, Itajaí, Tijucas, Mafra, Indaial, Timbó, Rio do Sul, Lages, entre outras. No ano passado também fomos visitados por colegas de Curitiba, que vieram conhecer o trabalho da Comissão. Além disso é muito gratificante chegar nas escolas e sentir o interesse que as apresentações despertar nos alunos. Sentimos que de alguma forma estamos contribuindo com a formação deles. Muitas vezes são escolas carentes e que enfrentam severos problemas, tanto na estrutura como na educação dos alunos. Dr. Eduardo Coimbra: Muitas vezes encontramos os jovens que passaram pelo projeto e eles estão estudando Direito. Por meio do projeto, conheceram a profissão, gostaram e foram direcionados. 5) Em 2003, a Unesco premiou a Comissão pelas atividades em prol da educação. Como os senhores avaliam este prêmio? Dr. Eduardo Creuz: Acredito que o prêmio avaliza e reconhece a efetividade do trabalho realizado, a importância de estarmos presente nas escolas levando noções de cidadania. Esta é a 11ª edição do projeto OAB Vai à Escola, o que indica, juntamente com o retorno que as escolas nos dão, que estamos no caminho certo. Também é um incentivo para que mais e mais Subseções sigam este mesmo exemplo. Sempre estamos prontos para outras Subseções na implantação deste trabalho. 6) Além da cartilha educativa recém atualizada, há algum novo projeto a ser implementado? Dr. Eduardo Creuz: O direito está sempre em transformação e temas recentes como a união homoafetiva e o divórcio e inventário extrajudiciais dão sempre o caráter de renovação ao projeto. 7) Como os advogados interessados podem participar do projeto e quais os pré-requisitos? Dra. Tatiana Baumgarten: Para participar basta ter comprometimento e boa vontade. Este é um trabalho voluntário e institucional aberto a todos os advogados de Blumenau e Pomerode, que integram nossa Subseção. A OAB de Blumenau possui um canal direto de comunicação entre os advogados e a Comissão. 8) Como é a parceria com as escolas? Se uma nova escola quiser participar do projeto como deve proceder? Dra. Tatiana Baumgarten: Basta entrar em contato com a OAB. É necessário que a escola tenha turmas do último ano do Ensino Médio, preferencialmente noturnas. O projeto é focado nesta faixa etária, quando os alunos já trabalham e estão preocupados com o seu futuro. Todo início de ano letivo fazemos contato com as escolas da cidade para identificar o interesse em receber a OAB. São aproximadamente 20 instituições de ensino participantes. Uma vez definidas as escolas elaboramos um calendário. Em cada instituição realizamos dois encontros (em dias diferentes), apresentando, no total, quatro palestras de 45 minutos de duração. São noções de Direito Constitucional, Civil, Penal e do Trabalho. São três equipes trabalhando ao mesmo tempo, além de uma equipe em Pomerode. Também são distribuídas cartilhas com um resumo dos assuntos abordados. Ilustrada e bem didática. A idéia é discutir assuntos polêmicos relacionados ao dia a dia dos alunos, que muitas vezes têm noções equivocadas daquelas situações ou sequer sabem quais são seus direitos e que podem ter acesso a um advogado. A intenção é, também, que a cartilha chegue às mãos dos pais dos alunos. Hoje, somos 18 advogados, 14 em Blumenau e 4 em Pomerode. Depoimentos: Dr. Dionei Gilberto Tillmann: É sempre um desafio agradar aos adolescentes, no entanto o projeto é bem aceito pelos alunos. Não ficamos apenas em uma simples aula, promovemos praticamente um debate, onde há uma grande troca de informações, de experiências. Os alunos possuem muitas dúvidas, sempre com enfoque no dia-a-dia deles. Dra. Lilian Marcia Monteiro Piotto: Tivemos um caso de uma escola que entrou em contato conosco, nos pedindo ajuda, pois havia muitos problemas, como depredação do patrimônio, por exemplo. Fomos fazer uma apresentação durante uma Feira de Ciências e fomos muito bem recebidos. Alunos, pais, familiares, todos ficaram muito interessados. Foi impressionante a mudança que ocorreu na escola . Dr. César Wolff: Acredito que o principal ponto é que o projeto aproxima a advocacia do cidadão, da comunidade, além de desmitificar a profissão. Não é todo mundo que sabe que pode ter acesso a um advogado. As pessoas também não sabem quais são seus direitos. Durante as palestras, os alunos fazem relações com situações que vivem em casa. Estamos trabalhando por uma sociedade mais justa.